Nova versão de ‘Falso Brilhante’ de Elis Regina chega ao streaming
- Eric Gomes
- 19 de mar. de 2022
- 2 min de leitura

É impossível falar de Música Popular Brasileira (MPB) e não mencionar Elis Regina. A icónica cantora, que faleceu há 40 anos, teria celebrado 77 anos de vida esta quinta-feira (17) e o filho João Marcello Bôscoli não deixou a data passar sem a comemorar.
Elis Regina nasceu a 17 de março de 1945, em Porto Alegre, e faleceu a 19 de janeiro de 1982, precocemente, aos 36 anos, em resultado de um ataque cardíaco causado por uma overdose de cocaína e álcool. A sua morte gerou comoção generalizada em todo o Brasil.
Não se sabe, na verdade, quem nasceu primeiro, se Elis se a MPB, apesar da reticência de todos os seus amigos e músicos contemporâneos em assumir a existência dessa tal música popular brasileira. A 6 de abril de 1965, Elis interpretou a música ‘Arrastão’, composta por Edu Lobo e com letra de Vinicius de Moraes no 1.º Festival de Música Popular Brasileira, e foi aí que se começou a escrever um novo capítulo na história da música brasileira.
40 anos não apagam a memória de Elis
A morte da cantora não destruiu a força da sua voz e o alcance da sua música. Passados 40 anos, as homenagens continuam, dando uma nova roupagem e atualizando a sua discografia.
João Bôscoli, filho da cantora – fruto do seu primeiro casamento com Ronaldo Bôscoli -, para celebrar a data do seu aniversário, separou versões à capela de músicas do álbum Falso Brilhante, remasterizou-as e relançou o álbum nas plataformas Apple, Tidal e Spotify.
Falso Brilhante foi lançado originalmente em 1976. Produzido por Mazzola e gravado pela Phonogram, surgiu depois de um espetáculo da cantora com o mesmo nome. Em 1980, o álbum era já o mais vendido da cantora, com 182 mil cópias.
É o seu 14.º álbum de estúdio e talvez o mais importante, e consta na lista dos 100 maiores discos da música brasileira, lançada em 2007 pela Rolling Stones Brasil. A encabeçar a lista está o álbum Acabou Chorare (Novos Baianos, 1972), Tropicália ou Panis et Circencis, gravado em 1968 por Caetano Veloso, Gal Costa, Gilberto Gil, Nara Leão, Os Mutantes e Tom Zé, e Construção (Chico Buarque, 1971).
‘Como Nossos Pais’ – e como Elis – não parou de combater a ditadura
A abrir Falso Brilhante está uma das músicas com mais impacto na vida de Elis. Apesar de ter ficado eternizada e consagrada na sua voz, a música é um original de Belchior – um dos membros do Pessoal do Ceará, um grupo que reúne os primeiros jovens artistas do nordeste brasileiro a alcançar sucesso internacional.
Como tantas outras, a música foi composta em resposta à Ditadura Militar no Brasil (1964 – 1985) e a letra retrata a desilusão de uma juventude reprimida mas, ao mesmo tempo, esperançosa e desejosa de mudança. São estas características que fazem com que a música nunca tenha deixado de ser atual. A canção consta também numa lista de 2009 da Rolling Stone, posicionada como o 43.º maior clássico da música brasileira.
Falso Brilhante é um álbum intemporal que deve continuar a ser ouvido por todas as gerações – para que nunca se cale uma voz como a de Elis.
FONTE: https://espalhafactos.com/2022/03/18/nova-versao-de-falso-brilhante-de-elis-regina-chega-ao-streaming/
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